Relato sobre as folhas




Na mesma aula em que apresentei a atividade das águas, foi reservado o espaço para a apresentação da atividade da folha com a seguinte proposta:
"Escolher uma folha numa planta ou numa árvore, observa-la, descrever por escrito sua forma, suas dimensões, suas cores, o modo dela se articular com as outras, com a totalidade da planta ou da árvore, desenhar seu contornos (somente seus contornos), desenhar suas nervuras (somente suas nervuras). Investigar os usos potenciais dessa folha. Observar seus movimentos no vento e reproduzi-los com seu corpo. Com seus colegas criar um balé de folhas ao vento."

Eu levei folhas de Hortelã grosso, também chamada de Hortelã-graúda, Malvarisco, Orégano cubano, etc. ou Plectranthus amboinicus para os mais íntimos.


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Vídeos que gravei em estado de poesia e ambedo quando fui plantar as sementes de CCES.

 
Desenho da folha
Como vocês devem saber, Hortelã grosso é uma planta bem comum em hortas pois é um tempero excelente. Essa variedade do Hortelã tem o nome científico de Plectranthus amboinicus, ela é nativa da África ocidental mas foi amplamente espalhada pelo mundo.
Como eu disse anteriormente, essa planta é muito usada na culinária, se adaptando bem na culinária fria, quente e também em bebidas.

Hortelã grosso é do tipo de folha simples, apenas uma folha por haste, como seu nome popular em nossa região sugere é grossa e retém muita água em sei interior. A folha tem um formato oval no corpo e uma ponta fina ( formato ovada) com bordas dentadas. Possui uma textura macia por conta dos pequenos pelos glandulares em sua superfície com a parte inferior possuindo mais desses pelos, dando uma aparência fosca.



Caule da planta

Parte superior da lâmina da folha

 
Detalhe do pelos glandulares da parte superior

Parte inferior da lâmina da folha

Detalhe do pelos glandulares da parte inferior

Não cheguei a dançar na frente de todos (grazadeus), ao invés disso, sentei numa cadeira, pedi para que prestassem atenção e observei a todos sem dizer nada. Eu vi muitas caras do tipo "O que esse cara tá fazendo?" e "Ih alá".

Meu intuito com isso foi passar exatamente o que senti quando fui buscar a folha (que é o mesmo que senti quando fui pegar terra para plantar as sementes para outra atividade desse mesmo componente e que contarei no relatório final dela. Vocês podem ver um spoiler do que aconteceu no anexo do Instagram no inicio dessa postagem ou clicando neste link aqui). Tentar passar a sensação de entrar em ambedo, um estado de poesia comum a quem sente muito...

Mas como disse, falarei sobre isso no relatório da muda daqui a um tempo. Até lá, continue me lendo, vai ser legal. Mais tarde também explicarei aqui o que é essa tal de "Ambedo" que eu tanto falo, mas se estiver ansioso, leia a definição no site original (em inglês) do criador dessa palavra "Dictionary of obscure sorrows".

Para finalizar esta postagem não poderia faltar poesia. (Grifei uma parte bem importante que diz muito do porque essa atividade é importante.)

XVII

"No meu prato que mistura de Natureza!
As minhas irmãs as plantas,
As companheiras das fontes, as santas
A quem ninguém reza...

E cortam-se e vêm à nossa mesa
E nos hotéis os hóspedes ruidosos,
Que chegam com correias tendo mantas
Pedem «Salada», descuidosos…,
Sem pensar que exigem à Terra-Mãe
A sua frescura e os seus filhos primeiros,
As primeiras verdes palavras que ela tem,
As primeiras coisas vivas e irisantes
Que Noé viu
Quando as águas desceram e o cimo dos montes
Verde e alagado surgiu
E no ar por onde a pomba apareceu
O arco-íris se esbateu..."

“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993). - 44. (Grifo meu)
Fonte: Arquivo Pessoa Acesso em 11/07/2018


PS.: No final, essas foram as folhas apresentadas. Cada uma representa uma pessoa, uma história, e muito sentimento.



Terminei de escrever esta postagem ouvindo:

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